motivação e adaptação

Quando o reflexo que mostramos não é o que somos, mas o que deveríamos ser.

O mar e o reflexo

Nalguns dias, o mar torna-se um espelho perfeito. Reflecte o céu, as nuvens, até o movimento das velas... mas nunca a profundidade. É uma imagem verdadeira e, ao mesmo tempo, uma ilusão.

Nós somos iguais. O que nós vamos mostrar ao mundo é apenas um reflexo. E esse reflexo nem sempre coincide com o que está dentro de nós, o que a nossas dinâmicas de motivação e adaptação revelam..

Aristóteles disse : «O homem é um animal social.»
Precisamos dos outros para existir, para pertencer, para cooperar. Mas esta necessidade de ligação tem muitas vezes um preço, adaptamo-nos ao ambiente, mudamos o nosso comportamento, mostramos uma versão de nós próprios que corresponde melhor às necessidades da nossa sociedade, expectativas do mundo.

A motivação como combustível para a adaptação

As nossas motivações são como motores internos que alimentam a nossa adaptabilidade. Explicam o nosso estilo natural, a forma como actuamos quando estamos em sintonia com quem realmente somos.

Mas a vida pede-nos muitas vezes para ajustar. Novas funções, novas equipas, novas culturas empresariais... tudo isto exige uma nova abordagem, esforço de adaptação. É aqui que entra o estilo adaptado, a atitude que adoptamos quando o ambiente exige de nós mais do que a nossa natureza espontaneamente daria.

Este esforço é legítimo, por vezes necessário, mas consome energia. E quanto mais o estilo adaptado se afasta do estilo natural, mais combustível precisamos.Quando essa energia - as nossas motivações - não está presente, o corpo e a mente começam a avisar: cansaço, frustração, perda de significado... por vezes até ao ponto de colapso.

É o que acontece a muitas pessoas que sofrem de burnout ou de depressão. Vivem durante anos num modo de adaptação, talvez muito mais assertivo, rápido ou competitivo do que o seu perfil natural permitiria.
Utilizam um «vermelho» comportamental para responder ao seu ambiente, mas sem a motivação utilitária ou individual que sustente esse ritmo. O resultado é previsível: o esforço deixa de ser uma escolha e torna-se desgaste.

de coordenador a facilitador

Quando descobri Método AEC DISC Em 2010, dei um passo importante na minha carreira: tornei-me Diretor Comercial pela primeira vez.
Na altura, o meu estilo natural tinha verde e azul como cores dominantes, o coordenador Estruturado, leal, metódico e paciente. Estas cores estavam em perfeita coerência com as minhas motivações cognitivas e tradicionais: aprender, compreender, fazer bem as coisas e fazê-las com sentido.

Mas o papel comercial exigia um tipo de energia diferente. No meu estilo adaptado, matinha o azul e o verde, mas o amarelo começava a subire trazia mais dinamismo, comunicação e entusiasmo.
Era o reflexo de um adaptação consciente: o mercado exigia maior visibilidade e proximidade.
A minha motivação estética serviu de combustível, ajudando-me a manter este equilíbrio e a animar a relação com o cliente sem trair a minha natureza.

Treze anos depois, O espelho mudou. Basicamente, estou a manter o verde e o azul (coordenador), mas o meu estilo adaptado é agora dominado pelo verde e o amarelo (facilitador).
O anos de gestão e o meu trabalho como formador e coach transformaram a forma como utilizo as minhas cores.
Hoje, o meu amarelo reflete mais leveza, empatia e ligação - uma expressão mais completa das minhas motivações estéticas e tradicionais, que estão agora no centro do meu trabalho com as pessoas.

A “persona” segundo Jung

Carl Gustav Jung chamou-lhe a "Persona" - a máscara que usamos para interagir com o mundo. Uma máscara útil, protetor, social. Mas se a usarmos durante demasiado tempo, acabamos por confundir o reflexo com o rosto.

A Método AEC DISC permite-nos ver esta diferença: o que somos naturalmente e o que nos tornamos para nos adaptarmos. Não para julgar, mas para compreender o esforço, o contexto e encontrar um equilíbrio entre autenticidade e adaptação.

Quando o invisível se torna a bússola

O espelho das percepções mostra como o mundo nos vê, mas também como moldamo-nos para encontrar o nosso lugar nele. Quando conhecemos as nossas motivações mais profundas, podemos ajustar o reflexo sem perder a cara. Este é o verdadeiro equilíbrio entre coerência, autenticidade e adaptação.

👉 E você? Que reflexo mostra ao mundo? E até que ponto reflete o que sente e experimenta no seu interior?

- Exploração em cores 🌈🧭

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